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O medicamento experimental da Pfizer, chamado ponsegromab, demonstrou resultados promissores no tratamento da caquexia — uma perigosa síndrome de desgaste muscular que afeta pacientes com câncer, especialmente em estágios avançados.

A caquexia é caracterizada por alterações no metabolismo e no apetite, causando perda significativa de músculos esqueléticos e gordura, o que enfraquece o corpo e pode prejudicar a eficácia dos tratamentos oncológicos. Atualmente, não há medicamentos aprovados para tratar essa condição, que afeta cerca de 80% dos pacientes com câncer em estágio avançado e está associada a até 30% das mortes relacionadas ao câncer.

O ponsegromab é um anticorpo monoclonal que bloqueia a proteína GDF-15, cujo aumento é associado à perda de apetite e náuseas em pacientes com câncer. Ao bloquear essa proteína, o medicamento da Pfizer mostrou ser capaz de prevenir a perda de massa muscular e promover o ganho de peso, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Em um estudo de Fase 2, envolvendo 187 pacientes com câncer em estágios avançados, como câncer de pulmão, pâncreas e colorretal, o ponsegromab demonstrou resultados significativos. Na dose mais alta (400 mg), os pacientes recuperaram cerca de 5,6% do peso corporal em 12 semanas. Além disso, apresentaram melhorias no apetite, nos níveis de atividade física e na massa muscular esquelética.

Os resultados do estudo foram publicados no New England Journal of Medicine e apresentados na conferência da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Barcelona. Charlotte Allerton, chefe de descoberta e desenvolvimento inicial da Pfizer, afirmou que o medicamento pode ajudar os pacientes a suportar melhor os tratamentos e melhorar sua saúde geral.

A Pfizer planeja iniciar estudos adicionais em 2025 para possibilitar o registro do ponsegromab. A empresa também está investigando o uso do medicamento em outras condições, como insuficiência cardíaca e doença renal crônica, que também estão associadas a níveis elevados de GDF-15.